sábado, 12 de setembro de 2015

ACIDENTE COM ÔNIBUS EM PARATY É AVISO SOBRE NOVA LICITAÇÃO DE METROPOLITANAS


Cinco dias depois de ter sofrido um trágico acidente na comunidade de São Roque, em Paraty, Sul do Estado do Rio de Janeiro, outro acidente ocorreu no município, ontem, causando duas mortes. O acidente do dia 06 matou 15 pessoas e o ônibus estava superlotado.

O acidente expôs os problemas da Colitur Transportes Rodoviários Ltda., empresa sediada em Barra Mansa e que operava o transporte no município. A identidade visual da empresa foi crucial para as pessoas perceberem que a empresa é deficitária.

Tida erroneamente como apelo estético e publicitário, a exibição da identidade visual da empresa, cada vez mais descartadas por processos de "licitação" - que na verdade contrariam a Lei das Licitações - devido à pintura padronizada imposta, que oculta diferentes empresas em uma mesma pintura, que enfatiza o poder estatal sobre a livre iniciativa empresarial.

A intervenção estatal explicitada, porém nunca assumida, pelas autoridades que impõem pintura padronizada nos ônibus, é uma realidade que se observa não somente pelo desfile de logotipos que a medida causa, enfatizando o órgão estatal controlador em que o nome da empresa é deixado em segundo plano, para não dizer ocultado.

O acidente mostra que, se fosse com a pintura padronizada, a empresa de ônibus só é lembrada nos acidentes, o que representa uma propaganda negativa que a PP impõe à empresa de ônibus, e isso pode ser constatado com uma análise não muito difícil de fazer.

IDENTIDADE VISUAL PERMITIRIA RECONHECER A EMPRESA NÃO SÓ PELOS DEFEITOS

Quando é permitido exibir a identidade visual, como era de praxe antes, a empresa de ônibus seria reconhecida não só de forma negativa, mas também de forma positiva. Nos últimos anos, empresas cariocas como Paranapuan e Pégaso só são reconhecidas pelos seus defeitos.

Quando se lança um protótipo de novo ônibus, nas feiras de transporte, a empresa de ônibus não é reconhecida. Os "louros" acabam se voltando para a prefeitura ou para o governo estadual, o aspecto positivo acaba sendo associado ao poder estatal,

Sem a identidade visual a mostrar - a empresa não pode sequer exibir logotipos comemorativos, sem uma imagem própria a zelar - , a empresa submetida à pintura padronizada acaba representando, isso sim, o apelo estético e publicitário do poder estatal, já que o visual padronizado nem de longe traz funcionalidade para o sistema, tudo não passa de outdoor político dos governantes associados.

Daí que o acidente da Colitur é um grande aviso, não só para os processos ilícitos de "licitação" que se faz para os sistemas de ônibus, escondendo as empresas licitadas com uma mesma pintura adotada, mas para o próximo a ser adotado nas linhas intermunicipais para o Rio de Janeiro, envolvendo 21 outros municípios.

O projeto, a ser bolado por Jaime Lerner - político da ditadura militar que bolou o hoje decadente sistema de ônibus de Curitiba - , poderá trazer empresas com o desempenho da Colitur ou da extinta Trans1000, repetindo nas linhas intermunicipais o mesmo drama que acontece com as linhas municipais no Rio de Janeiro.

O risco de empresas de ônibus sofrerem acidentes na Ponte Rio-Niterói ou na Av. Brasil, causando mortes e tudo - principalmente com ônibus caindo na Baía da Guanabara - será altíssimo, até pelo poder centralizado do Estado, que cada vez mais mostrará a diferença entre mandar e fiscalizar, entre dar ordens e disciplinar.

A ditadura militar, no geral, veio com esse discurso autoritário sob o pretexto de disciplinar. Além disso, o caso recente do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha - ligado ao mesmo PMDB carioca de Eduardo Paes e Luiz Fernando Pezão - , com seu autoritarismo e sua ganância em eliminar conquistas sociais, já mostra o quanto mandar não é a mesma coisa que fiscalizar.

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