quarta-feira, 30 de setembro de 2015

DECLARAÇÃO DE RAFAEL PICCIANI SUGERE QUE SISTEMA DE ÔNIBUS DO RJ É ENCAMPADO


O Secretário Municipal de Transportes, Rafael Picciani, ao anunciar, semanas atrás, o plano de "racionalização" das linhas de ônibus na cidade do Rio de Janeiro, deu uma declaração que deixou vazar que houve a chamada "encampação", a intervenção estatal nas empresas de ônibus que operam no município.

"Hoje, não existe mais uma lógica de concorrência que justifique a sobreposição de 64% das linhas. As empresas não concorrem mais: elas estão consorciadas e operam no sentido de um caixa único", disse Picciani, negando portanto a competitividade no sistema de ônibus.

Segundo essa declaração, fica claro que o sistema de ônibus no Rio de Janeiro tem uma administração centralizada - a SMTR (Secretaria Municipal de Transportes) atua com plenos poderes, e, em vez de fiscalizar, controla o transporte com mãos de ferro - e o caixa único já mostra que houve intervenção estatal, embora o serviço seja custeado pelas empresas particulares envolvidas.

Sabe-se, também, que os consórcios são na verdade grupos empresariais politicamente formados, e que surgiram contrariando aspectos da Lei das Licitações. O ponto observado, por exemplo, é que a licitação esconde as empresas através da pintura padronizada nos ônibus, que por causar confusão nos passageiros, contraria o artigo 12, que se refere à adequação ao interesse público.

A pintura padronizada também mostra um outro aspecto intervencionista: a palavra que mais se destaca é "Cidade do Rio de Janeiro", o que dá a crer que a Prefeitura do Rio de Janeiro se apropriou das frotas de ônibus, sendo a "administradora" de um serviço em que as empresas de ônibus, embora tenham ganho maior peso político, perderam a autonomia administrativa.

Por isso, a Secretaria Municipal de Transportes, em vez de fiscalizar e disciplinar o transporte, tem o poder centralizado e se limita a dar ordens e punir, usando uma lógica da ditadura militar. E, impondo a pintura padronizada, ela age como se fosse "dona" das frotas de ônibus, já que as identidades visuais das empresas foram substituídas pela imagem da Prefeitura do Rio de Janeiro.

Estes aspectos dão um forte indício de que o sistema de ônibus carioca opera como se tivesse havido uma intervenção estatal. Isso reflete no declínio do sistema de ônibus, porque a lógica que se vê no transporte coletivo é autoritária, ditatorial e tecnocrática.

Nada menos coletivo, nada mais distante do interesse público, do que o modelo de sistema de ônibus implantado no RJ há cinco anos.

sábado, 26 de setembro de 2015

TEMENDO PERDAS ELEITORAIS, PREFEITO EDUARDO PAES LIBERA LINHA 474 PARA FINS DE SEMANA E FERIADOS

LINHA 474 DA BRASO LISBOA JÁ TINHA OUTRA NUMERAÇÃO, 25, COMO MOSTRA ANÚNCIO DAS CARROCERIAS METROPOLITANA DE 1960.

Diante do impacto da repressão policial e dos arrastões envolvendo jovens vindos do Jacarezinho - as confusões, na verdade, teriam sido provocadas por rapazes de classe média de Copacabana e Ipanema - e com o risco de sofrer desgaste político que poderá causar perdas eleitorais em 2016, a Prefeitura do Rio de Janeiro decidiu manter a linha 474 nos fins de semana e feriados.

A medida é só um paliativo, porque continua valendo quase todo o plano de extinção das linhas diretas da Zona Norte e Zona Sul que forçará a baldeação Zona Norte X Centro e Centro X Zona Sul, e a brecha apenas tem como medida "permitir" o acesso da população do Jacaré para as praias de Copacabana e Ipanema.

Continuam comprometidas as idas de trabalhadores e estudantes, sobretudo moradores da Zona Sul que estudam na UERJ do Maracanã e moradores da Zona Norte que estudam na PUC de Gávea, que terão que fazer baldeação, perdendo tempo e dinheiro (o Bilhete Único só tem validade no tempo do itinerário do primeiro ônibus e as ruas são congestionadas).

A única coisa que será evitada é o agravamento dos incidentes conflituosos que tomaram conta dos noticiários nacionais e indicaram a vocação elitista das decisões do governo Eduardo Paes. Ele, que terá um sucessor de sua chapa para 2016 (não pode ser reeleito novamente), está pensando no êxito nas urnas.

Daí a minguada compensação de liberar a linha 474 para sábados, domingos e feriados. Nos dias úteis da semana, valerá o sacrifício de pegar o primeiro ônibus até a Candelária e enfrentar um BRT lotado para a Zona Sul. E isso com o Bilhete Único se esgotando provavelmente na chegada da Cidade Nova.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

UNIVERSITÁRIOS TAMBÉM SERÃO PREJUDICADOS COM MUDANÇAS EM LINHAS DE ÔNIBUS NO RJ


Não são somente os moradores pobres da Zona Norte os maiores prejudicados com o esquema de mudanças de linhas de ônibus a ser implantado no próximo mês, extinguindo a ligação direta entre Zona Norte e Zona Sul.

Mesmo as elites que usam ônibus e os trabalhadores que transitam entre as duas zonas serão prejudicados com a "racionalização" das linhas que obrigará os passageiros a pegar mais de um ônibus e, com isso, enfrentar a superlotação e a perda de tempo nos terminais de baldeação.

Os universitários que moram na Zona Sul e estudam em campus universitários localizados na Zona Norte, como o Campus do Maracanã da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), também serão prejudicados com as mudanças das linhas.

Uma das linhas envolvidas, a 455 Méier / Copacabana, que atende à área, terá seu percurso reduzido à Candelária. As linhas 456 e 457, como algumas para a Praça Barão de Drumond, terão percurso reduzido para o Mourisco, em Botafogo, ou para o Largo do Machado, não liberando os estudantes de baldeação para os lotados BRTs.

A complicação no deslocamento dos estudantes poderá influir na perda de rendimento escolar, além dos atrasos às aulas ministradas nas faculdades. Isso complicará o aprendizado, até porque o deslocamento apressado para não fazer perder a validade do Bilhete Único, usado na baldeação - que, com duas horas e meia de duração, "morre" ainda no trajeto do primeiro ônibus - será corrido.

Com isso, haverá falta de conforto - dificilmente o passageiro que viaja sentado no primeiro ônibus terá a mesma condição no segundo - e o estresse que fará o estudante ficar cansado e indisposto à assistir às aulas e a realizar as tarefas determinadas pelos professores.

As mudanças de linhas cariocas causarão, assim, um gravíssimo prejuízo, além de dificultar o deslocamento dos pobres da Zona Norte. Com os congestionamentos e atrasos, a mudança do sistema trará mais desemprego e complicará a formação acadêmica e profissional dos futuros cidadãos cariocas.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

VANDALISMO PODE SER REPASSADO PARA RAMAL CENTRO X ZONA SUL

VANDALISMO EM ÔNIBUS DA 474 EM COPACABANA, NO ÚLTIMO DIA 20.

A eliminação da ligação direta entre a Zona Norte e a Zona Sul, pela própria natureza do trânsito carioca, só irá complicar as coisas. Os apelos pouco convincentes das autoridades para as pessoas não utilizarem automóvel, que a gente logo percebe que são dados sem muita firmeza, vide o próprio lobby da indústria automobilística e sua sobreposição de campanhas publicitárias, dizem muito.

Por isso, o trânsito será sobrecarregado - já o é na Zona Sul, mesmo com muitos ônibus e a presença das linhas da Zona Norte - e a coisa só tende a piorar, pois mesmo os BRTs não serão muitos - é a "logística" da Secretaria Municipal de Transportes, que não abriu o jogo sobre o problema da superlotação de BRTs para o Rock In Rio - e os terminais do Centro ficarão mais confusos.


VANDALISMO EM ÔNIBUS DA LINHA 476, NO LEBLON, NO ÚLTIMO DIA 19.

Mas o que chama a atenção é que os vândalos e bandidos nem de longe se sentirão intimidados em fazer a baldeação. Pegar um ônibus e saltar poucos pontos adianta já é um hábito de ladrões e desordeiros. Eles não temem pegar mais de um ônibus, pagam mais de duas passagens porque sempre têm a esperança de cercar alguém numa praça e furtar tudo o que tem, como grana e celular.

Consta-se que os policiais estão fazendo marcação contra os jovens vindos do Jacarezinho. Não é por acaso que as ações são feitas contra ônibus das linhas 474 Jacaré / Jardim de Alah e 476 Méier / Leblon, que atendem a esses bairros.

VANDALISMO EM ÔNIBUS DA LINHA 476, NO LEBLON, NO ÚLTIMO DIA 19.

O vandalismo aumentou quando policiais prenderam um grupo de jovens estudantes que iam para a praia de Copacabana, vindos do referido bairro. A medida coincidiu com o anúncio do fim da ligação direta Norte X Sul pelo subsecretário de Planejamento da Prefeitura do Rio de Janeiro, Alexandre Sansão, que pelo jeito não tem como especialidade atender ao interesse público.

Afinal, a mudança das linhas, a ocorrer no próximo mês, pode significar uma contribuição para a chamada "limpeza étnica" nas praias da Zona Sul carioca, com a dificultação, através da baldeação e da cobrança do Bilhete Único, que se esgota já no primeiro ônibus, forçando o passageiro a quase sempre pagar mais uma tarifa, o que pesa mais no bolso dos mais pobres.

O "consolo" da "praia artificial" em Madureira não é suficiente para acalmar os ânimos do povo da Zona Norte. E, com a revolta que o povo terá com o fim das linhas diretas - eles já foram afetados com o fim de linhas como 465 Cascadura / Gávea - , o vandalismo tende a aumentar e ser repassado para o Centro e para o BRT do Centro X Zona Sul.

Cenas como se observam nas fotos acima, de vandalismo nos ônibus vindos do Jacarezinho, acontecerão na Av. Pres. Vargas e se repassarão para os BRTs. Os tumultos acontecerão no entorno da Central e da Candelária, locais já bastante tumultuados e que, com o fim das linhas diretas, sofrerão ainda mais com o aumento do fluxo de passageiros e com as ações de bandidos e vândalos.

A situação se tornará muito grave, a partir do próximo mês. E a indignação popular de ver que a Zona Norte só pode ser carioca pela metade, a cada vez mais proibida de ir para a Zona Sul, só transformará o Rio em desordem e até guerra civil. O povo trabalhador da Zona Norte será afastado da Zona Sul. Já os vândalos vão pegar a baldeação sem problema. Eles é que nada têm a perder.

sábado, 19 de setembro de 2015

ROCK IN RIO 2015: CHEGADA DO PÚBLICO À CIDADE DO ROCK FOI UM SUFOCO

Os passageiros foram tratados como gado. Isso costuma ser um lamento de internauta indignado, visão combatida pelos sarcasticamente otimistas busólogos patronais - que "embarcam" nos pontos de vista ditados por políticos e empresários - , mas é a realidade vivida pelos passageiros que pegaram os ônibus BRT destinados à Cidade do Rock, em Jacarepaguá, local de realização do Rock In Rio 2015.

O público do festival enfrentou filas muitíssimo longas, fora o congestionamento de chegada ao local, resultante sobretudo pelas obras que estão sendo feitas visando as Olimpíadas de 2016. Percursos longos e poucos ônibus também motivaram o transtorno, e os BRTs chegavam ao local do evento superlotados.

A SMTR prometeu fazer "melhorias", aumentando catracas de acesso na estação de BRT e "futuros ajustes" para os próximos dias. Só não falou como resolverão a superlotação que os ônibus articulados já sofrem no cotidiano e que se agravaram por causa do festival de música. É pouco provável que esse problema seja resolvido, devido à lógica operacional da secretaria.

Aqui estão algumas imagens capturadas do portal G1, através do vídeo do RJ TV Primeira Edição (Rede Globo). As imagens correspondem à ida e à volta dos fãs que foram assistir ao evento.







sábado, 12 de setembro de 2015

ACIDENTE COM ÔNIBUS EM PARATY É AVISO SOBRE NOVA LICITAÇÃO DE METROPOLITANAS


Cinco dias depois de ter sofrido um trágico acidente na comunidade de São Roque, em Paraty, Sul do Estado do Rio de Janeiro, outro acidente ocorreu no município, ontem, causando duas mortes. O acidente do dia 06 matou 15 pessoas e o ônibus estava superlotado.

O acidente expôs os problemas da Colitur Transportes Rodoviários Ltda., empresa sediada em Barra Mansa e que operava o transporte no município. A identidade visual da empresa foi crucial para as pessoas perceberem que a empresa é deficitária.

Tida erroneamente como apelo estético e publicitário, a exibição da identidade visual da empresa, cada vez mais descartadas por processos de "licitação" - que na verdade contrariam a Lei das Licitações - devido à pintura padronizada imposta, que oculta diferentes empresas em uma mesma pintura, que enfatiza o poder estatal sobre a livre iniciativa empresarial.

A intervenção estatal explicitada, porém nunca assumida, pelas autoridades que impõem pintura padronizada nos ônibus, é uma realidade que se observa não somente pelo desfile de logotipos que a medida causa, enfatizando o órgão estatal controlador em que o nome da empresa é deixado em segundo plano, para não dizer ocultado.

O acidente mostra que, se fosse com a pintura padronizada, a empresa de ônibus só é lembrada nos acidentes, o que representa uma propaganda negativa que a PP impõe à empresa de ônibus, e isso pode ser constatado com uma análise não muito difícil de fazer.

IDENTIDADE VISUAL PERMITIRIA RECONHECER A EMPRESA NÃO SÓ PELOS DEFEITOS

Quando é permitido exibir a identidade visual, como era de praxe antes, a empresa de ônibus seria reconhecida não só de forma negativa, mas também de forma positiva. Nos últimos anos, empresas cariocas como Paranapuan e Pégaso só são reconhecidas pelos seus defeitos.

Quando se lança um protótipo de novo ônibus, nas feiras de transporte, a empresa de ônibus não é reconhecida. Os "louros" acabam se voltando para a prefeitura ou para o governo estadual, o aspecto positivo acaba sendo associado ao poder estatal,

Sem a identidade visual a mostrar - a empresa não pode sequer exibir logotipos comemorativos, sem uma imagem própria a zelar - , a empresa submetida à pintura padronizada acaba representando, isso sim, o apelo estético e publicitário do poder estatal, já que o visual padronizado nem de longe traz funcionalidade para o sistema, tudo não passa de outdoor político dos governantes associados.

Daí que o acidente da Colitur é um grande aviso, não só para os processos ilícitos de "licitação" que se faz para os sistemas de ônibus, escondendo as empresas licitadas com uma mesma pintura adotada, mas para o próximo a ser adotado nas linhas intermunicipais para o Rio de Janeiro, envolvendo 21 outros municípios.

O projeto, a ser bolado por Jaime Lerner - político da ditadura militar que bolou o hoje decadente sistema de ônibus de Curitiba - , poderá trazer empresas com o desempenho da Colitur ou da extinta Trans1000, repetindo nas linhas intermunicipais o mesmo drama que acontece com as linhas municipais no Rio de Janeiro.

O risco de empresas de ônibus sofrerem acidentes na Ponte Rio-Niterói ou na Av. Brasil, causando mortes e tudo - principalmente com ônibus caindo na Baía da Guanabara - será altíssimo, até pelo poder centralizado do Estado, que cada vez mais mostrará a diferença entre mandar e fiscalizar, entre dar ordens e disciplinar.

A ditadura militar, no geral, veio com esse discurso autoritário sob o pretexto de disciplinar. Além disso, o caso recente do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha - ligado ao mesmo PMDB carioca de Eduardo Paes e Luiz Fernando Pezão - , com seu autoritarismo e sua ganância em eliminar conquistas sociais, já mostra o quanto mandar não é a mesma coisa que fiscalizar.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

POLÍTICO DA DITADURA MILITAR PLANEJARÁ PADRONIZAÇÃO VISUAL DE LINHAS METROPOLITANAS DO RJ


A tão temida pintura padronizada nos ônibus intermunicipais com destino Rio de Janeiro, anunciada pelo secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osório - uma das expressões do PMDB carioca, nacionalmente simbolizado pelo deputado Eduardo Cunha - , terá como planejador o próprio Jaime Lerner, que foi prefeito biônico de Curitiba durante a ditadura militar.

Filiado à ARENA, Lerner se formou em Arquitetura quando a Universidade Federal do Paraná tinha como reitor Flávio Suplicy de Lacerda, que, como ministro da Educação do governo do general Castelo Branco, planejou a substituição da UNE por uma entidade estudantil ligada ao regime militar e tinha em mãos um plano para privatizar as universidades públicas.

Lerner, espécie de Roberto Campos do transporte coletivo (em alusão ao famoso economista que impôs o arrocho salarial e determinou a queda do poder de compra dos trabalhadores), planejou o famoso sistema BRT para o transporte coletivo em 1974, como resultado de um plano elaborado durante o período do general Emílio Garrastazu Médici.

O plano foi adotado em Curitiba, na qual Lerner foi prefeito-biônico (nomeado pela ditadura), em duas etapas, em 1974 e 1982, quando ele já era governador do Paraná. Na segunda etapa, Lerner lançou os famosos ônibus articulados.

Como político, Lerner, descontando a imagem glamourizada de arquiteto urbanista - apesar dele seguir a mesma diretriz ideológica de Roberto Campos na Economia, que valeu a este o apelido pejorativo de Bob Fields - , é famoso por ser um governante corrupto e privatista obsessivo.

Lerner chegou a ser condenado por improbidade administrativa, mas como nesses casos de impunidade aos poderosos, ele foi "inocentado". Ele também é famoso por sempre ter feito péssimas políticas salariais para os trabalhadores e por ter feito medidas contrárias às necessidades das classes populares.

Lerner também foi padrinho político de José Richa (já falecido), acolhendo-o quando ele vinha de Londrina, no interior paranaense, para criar reduto político na capital do Estado. Recentemente, seu filho, o hoje governador paranaense Beto Richa, ordenou uma violenta repressão contra professores em greve, que gerou grande repercussão nacional.

Quanto às linhas a serem "trabalhadas" por Lerner, elas envolvem importantes linhas urbanas e executivas ligando municípios como Niterói, São Gonçalo e a região da Baixada Fluminense com destino para a cidade do Rio de Janeiro.

O sistema de ônibus imposto por Jaime Lerner e ancorado na pintura padronizada nos ônibus, redução de ônibus em circulação e outros artifícios sofre hoje um grave processo de decadência, com denúncias de corrupção empresarial, favorecida pela proibição da identificação visual.

O sistema de ônibus de Curitiba e sua região metropolitana piorou a ponto de ter aumentado o trânsito de automóveis nas suas ruas e avenidas, e a corrupção político-empresarial é tanta mas não é devidamente divulgada pela imprensa porque os empresários de ônibus impõem censura aos jornalistas de lá.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

BRT TRANSCARIOCA CIRCULA COM GRANDE LOTAÇÃO


A dura realidade vivida pelos cariocas, depois que várias linhas de ônibus tiveram percurso mutilado - 332 Castelo / Taquara (Via Copacabana), 465 Cascadura / Gávea, 676 Méier / Penha, 689 Méier / Campo Grande, 910 Bananal / Madureira e 952 Penha / Praça Seca - , é observada nos ônibus BRT da Transcarioca que circulam nos corredores do Fundão, Madureira, Jacarepaguá e Barra da Tijuca.

Ônibus lotados que, mesmo em horários de menor movimento, já têm todos os assentos ocupados, e que simplesmente ficam superlotados nos momentos de pico, são uma realidade indiscutível que só as autoridades não veem. Pior: não há ônibus a toda hora e nota-se que até para entrar num BRT a espera, se não é muito longa, é suficiente para desqualificar o sucesso do sistema.

Algumas avenidas são congestionadas, dificultando a transferência dos BRTs de avenidas exclusivas para outras através de avenidas de trânsito geral. Alguns veículos têm estado de conservação problemático, apresentando alguns amassados ou lataria sacolejante.

Quanto aos trajetos mutilados, uma realidade pôde ser observada na última sexta-feira, dia 04, às 16h30, quando, dentro de um ônibus da 368 Castelo / Rio Centro - ônibus comum, com ar condicionado - , um passageiro foi telefonar, com seu celular, para uma amiga e, num dado momento da conversa, ele lamentou a respeito da condição de seu Bilhete Único.

Ele afirmou que o cartão eletrônico só tem duas horas e meia de validade e ele se esgotaria no fim do passeio do 368, o que obrigaria ele a pagar outra tarifa no próximo ônibus que pegar. Só que ele não estava com dinheiro da tarifa e perguntou para a amiga se poderia oferecer uma carona para ele.

São dramas assim que aumentarão com o sistema de ônibus que eliminará a ligação Zona Norte-Zona Sul a partir de outubro. Até porque as linhas de cada zona para o Centro já têm mais de duas horas de percurso e, com a cidade cada vez mais congestionada, sobretudo com a redução gradual de ônibus em circulação, esse tempo pode aumentar drasticamente.

Na prática, as pessoas terão que pagar duas tarifas se quiserem ir de ônibus. Será muito mais caro usar o transporte coletivo.