sábado, 2 de janeiro de 2016

EM CRISE, SISTEMA DE ÔNIBUS DO RJ TEM TARIFA MAIS CARA


Vivendo sua mais aguda crise, o sistema de ônibus do Rio de Janeiro, com suas frotas sucateadas em praticamente todas as empresas e com um quadro de rodoviários demitidos preocupante, devido à dupla função do motorista-cobrador (que tirou o funcionário dos torniquetes), teve mais um aumento nas linhas municipais, passando de R$ 3,40 para R$ 3,80.

O aumento passou a valer também para linhas intermunicipais, em várias tarifas. A mais barata, de R$ 3,15, passou para R$ 3,50. O Bilhete Único que faz integração com as linhas cariocas municipais acompanhou o índice de aumento para as mesmas.

Com cinco anos de implantação, o sistema que é baseado em medidas antipopulares como pintura padronizada nas empresas de ônibus e dupla função de motorista-cobrador, sofre sua decadência pelas próprias caraterísticas. O modelo implantado em 2010 segue valores e paradigmas que só tinham valor durante a ditadura militar e num contexto social com menos automóveis e uma população brasileira menor que a atual.

A arbitrariedade com que foi imposto o modelo de sistema de ônibus revela também o caráter demagógico de Eduardo Paes e reflete o autoritarismo do PMDB carioca, que não se expressa somente pela ação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, mas em todo o grupo político do prefeito carioca e do governador fluminense, Luiz Fernando Pezão.

Com isso, os passageiros de ônibus percebem a decadência do serviço e a queda de qualidade que empresas de ônibus que agora são proibidas de exibir sua identidade visual passaram a ter, até pela crise de representatividade, por ser um modelo confuso em que ninguém sabe ao certo se é o Estado que interviu nas empresas de ônibus ou se elas continuam operando de maneira "autônoma".

"APAGADAS", EMPRESAS DEIXAM DE RENOVAR FROTAS COM AGILIDADE

Um exemplo dessa decadência está em empresas como a Viação Acari, que, existente desde os anos 60, deixou de renovar sua frota com a agilidade que tinha quando podia mostrar sua identidade visual.

A Acari, atuante em linhas das regiões de Méier, Madureira, Centro e Copacabana, foi uma das primeiras a agilizar a renovação de frota, já no começo da década de 1980, quando vendia carros com cinco anos de fabricação. No final dos anos 1980, reduziu a vida útil para três.

Atualmente, porém, a Acari está prolongando demais a vida útil das frotas, até pelo fato de que é o Estado quem decide quando a empresa irá renovar a frota (o que faz prolongar a vida útil até quando os passageiros começarem a reclamar). Carros com ano de fabricação de 2009 ainda continuam circulando, mesmo em linhas para o Centro e para a Zona Sul.

Outras empresas históricas, como Transportes América, Auto Viação Alpha e Viação Madureira Candelária, já apresentam frota sucateada. Mesmo a antes exemplar Rodoviária Âncora Matias já mostra goteiras no ar condicionado de ônibus novos, o que indica falta de manutenção.

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