sábado, 29 de agosto de 2015

BAIRRO DA ZONA SUL QUE "SOBRARÁ" PARA POBRES, FLAMENGO É REDUTO DE INSEGURANÇA


Diante do projeto de Alexandre Sansão de eliminar linhas para a Zona Sul, sob o pretexto de "melhorar o trânsito" - como se os ônibus, e não os automóveis, fossem os culpados pelos congestionamentos - , as praias de Flamengo e Botafogo são as únicas a restarem para a população pobre que puder pegar os ônibus que restarão, destinados a Mourisco, Largo do Machado e, quando muito, a estação de Siqueira Campos, numa área "tímida" de Copacabana.

Para Siqueira Campos, vale lembrar, serão destinadas linhas de grande espera, por serem de baixa frota. A redução de ônibus em circulação e o recuo de trajetos que se tornam cada vez mais distantes dos destinos originais restringirá grande demanda, que terá que se contentar com os acessos para Flamengo e Botafogo, os "últimos refúgios" das periferias da Zona Norte.

Só que as áreas já são marcadas pela insegurança e o acesso às mesmas não é fácil. As passarelas são lugares onde acontecem mais assaltos, principalmente a recente moda dos bandidos armados apenas de faca. Bolsas e telefones celulares são os objetos mais cobiçados pelos ladrões. As áreas também são redutos de usuários de crack.

As avenidas do Aterro do Flamengo, como Infante Dom Henrique e Nações Unidas, são mais corredores de passagens e, pela sua estrutura, são acessos pouco seguros até mesmo para quem mora nas proximidades, como Glória, Largo do Machado, Laranjeiras e os bairros das referidas praias, homônimos a times de futebol.

No caso de uma grande demanda para as praias, já que a "expulsão" de moradores da Zona Norte das praias de Leme, Copacabana, Arpoador e Ipanema criará uma superpopulação para Flamengo e Botafogo, sobrecarregando as passarelas.

Outro aspecto é que não há uma política de abrigo para moradores de rua e sem-teto, que se amontoam em vários lugares do entorno do Parque do Flamengo. O local tem 50 anos de existência, tendo sido inaugurado em 1965, sendo já um problemático lugar para frequentar os eventos culturais nele realizados.

Além disso, o banho de mar é considerado problemático, já que especialistas apontam Flamengo e Botafogo como praias impróprias para banho. O que pode fazer com que os banhistas corram uma séria ameaça potencial de ficarem doentes e contraírem virose apenas se mergulhando na água.

Sendo parte da Baía da Guanabara, famosa pela poluição, o risco existe e não pode ser ignorado. Dias atrás, num evento-teste de windsurfismo, um atleta sul-coreano adoeceu apenas porque caiu na água. Ele contraiu dores de cabeça, febre e teve vômito, sintomas típicos de quem contraiu virose.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

ALTERAR MUDANÇA DE LINHAS CUSTOU CARGO A ALEXANDRE SANSÃO


A repercussão negativa de certas medidas faz com que até protegidos políticos sejam expulsos de cargos. Poucos se lembram, mas no ano passado a mudança de itinerários de linhas de Alexandre Sansão acabou influenciando na sua saída do cargo de secretário de Transportes, substituído pelo inexpressivo Rafael Picciani, de uma família de juristas e políticos.

Sansão foi o primeiro secretário de Transportes na primeira gestão do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Foi ele que impôs pintura padronizada e dupla função do motorista-cobrador, medidas autoritárias, contrárias à lei e ao interesse público, que influem direta e indiretamente na decadência do sistema de ônibus do Rio, que, mesmo imperfeito, era bom e servia de referência para o país.

Depois de 2010 isso mudou e o sistema de ônibus se tornou o pior do país. Pior: com o Rio de Janeiro ainda sendo referência para o país, esse modelo foi exportado para cidades como Recife e Florianópolis, que à sua maneira veem a decadência vertiginosa de seus sistemas de ônibus se agravar com a corrupção acobertada pela "lona" da pintura padronizada.

Sansão deixou o cargo pouco depois e Carlos Roberto Osório, ligado a dirigentes esportivos, sobretudo o COB de Carlos Arthur Nuzman, assumiu o posto e estendeu a abominável pintura padronizada aos ônibus rodoviários, ainda com o visual mais confuso do que os urbanos.

Depois Carlos Roberto deixou o cargo para concorrer ao Legislativo, e em seguida virou secretário de Transportes do governo estadual, já ameaçando a tenebrosa medida para ônibus intermunicipais para a cidade do Rio de Janeiro, poluindo os ônibus do Estado com pinturas que não passam de propaganda política de secretarias de Transportes, vigente em várias cidades.

Com a saída de Carlos Roberto, voltou Sansão para o cargo municipal e ele decidiu esquartejar trajetos funcionais e tradicionais de ônibus, sob a desculpa de "melhorar o trânsito" com menos ônibus nas ruas, e sob o pretexto de "evitar itinerários sobrepostos".

A imprensa já começa a noticiar esse processo de mudanças como um projeto de segregação social. A substituição de linhas diretas por trajetos mutilados e a redução de ônibus em circulação, além de provocar a superlotação de BRTs e os tumultos nas estações, dificulta às populações suburbanas o acesso às praias da Zona Sul e de parte da Zona Oeste.

A eliminação de trajetos exclusivos como 465 Cascadura / Gávea (antiga 755), 676 Méier / Penha, 910 Bananal / Madureira e 952 Penha / Praça Seca, que faziam percursos exclusivos, substituídas por "alimentadoras" que às vezes não passam de clones de linhas já existentes, causou uma péssima repercussão e foram rejeitadas pelos cariocas, apesar da medida continuar valendo.

Pelo contrário, o que se viu foi justamente a sobreposição de percursos, não bastasse a redução de trajetos e ônibus em circulação ter criado a superpopulação nas estações de BRT, que agora rodam superlotados a ponto de muita gente defini-los como "latas de sardinhas".

Vieram acidentes, congestionamentos, superlotações. E isso causou uma repercussão negativa que pesou negativamente na imagem do secretário Sansão. Sofrendo pesadíssimas críticas e abalado pela pressão dos noticiários, Sansão foi tirado do cargo e, como ele era protegido de Eduardo Paes, foi transferido para o cargo de subsecretário de Planejamento.

Agora, no atual cargo, Sansão recomeça a viver o pesadelo de 2014 quando anunciou outro esquartejamento de itinerários. Com um contexto ainda pior, já que o projeto de eliminação de linhas da Zona Norte para a Zona Sul coincide com a repressão policial a jovens pobres que iam para as praias por ônibus e também com a fama de autoritário do deputado federal Eduardo Cunha.

Dessa forma, o projeto de Sansão é comparado a um processo "higienista" manifesto pela repressão a jovens que vinham da Zona Norte de ônibus para curtirem as praias da Zona Sul. Como integrantes do povo carioca, os jovens das periferias tendem a ser proibidos de curtirem as praias da própria cidade, com a dificultação do acesso por ônibus, com o fim das linhas diretas.

Já o caráter autoritário de Alexandre Sansão, apesar do jeito aparentemente tímido e racional do subsecretário, já está sendo comparado por muitos com a fama de arbitrário de Eduardo Cunha, o presidente da Câmara dos Deputados que é do mesmo PMDB carioca ao qual estão ligados Eduardo Paes, Luiz Fernando Pezão e, de certa forma, Carlos Roberto Osório e Alexandre Sansão.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

CRÔNICA DE UMA TRAGÉDIA ANUNCIADA EM FOTOS

Enquanto o subsecretário de Transportes da Prefeitura do Rio de Janeiro, Alexandre Sansão, fala mil maravilhas sobre a mudança das linhas de ônibus da Zona Sul, recolhemos amostras de fotos de vários veículos da imprensa carioca como uma amostra do que estará por vir.

BRTs e metrôs superlotados, pontos de ônibus cheios de gente, longas esperas por ônibus, trânsitos congestionados. Isso é o que os chamados "especialistas" em mobilidade urbana não admitem ou, quando assim o fazem, tentam minimizar seus efeitos. A realidade nega veementemente esses argumentos.

Aqui mostraremos fotos de vários episódios que dizem muito mais do que promessas otimistas. São registros verídicos que indicam o que virá por aí a partir de outubro e o que os cariocas irão aguentar todos os dias, com muito mais frequência. As fotos foram extraídas de várias fontes e em seus arquivos foram dados os créditos de autoria e as fontes.
















sexta-feira, 21 de agosto de 2015

PROJETO DE LINHAS PARA ZONA SUL DO RJ É FORA DA REALIDADE E PODE GERAR 'APARTHEID' SOCIAL

A LINHA 177 É UMA DAS QUE SERÃO EXTINTAS.

Uma das mais perversas alterações do sistema de ônibus do Rio de Janeiro terá seus piores momentos a partir de outubro, quando a temida ligação Zona Norte-Zona Sul por ônibus será extinta num pacote de reformulação de linhas feito pelo subsecretário de Planejamento da Prefeitura do Rio de Janeiro, Alexandre Sansão.

Completamente alheio à realidade dos passageiros de ônibus, Alexandre Sansão, como seu inspirador Jaime Lerner (político e arquiteto paranaense ligado à ditadura militar), pensa a mobilidade urbana através de fórmulas matemáticas e aplicativos de Informática, e por isso anunciou que pretende substituir 33 linhas de ônibus por cinco "troncais" da Zona Sul para o Centro e Barra da Tijuca.

Alegando querer "racionalizar" o trânsito no Rio de Janeiro, ele já ceifou várias linhas de ônibus funcionais, substituídas por trajetos esquartejados feitos por linhas "alimentadoras", para atender a baldeação, sob tarifa do Bilhete Único, nos terminais de Madureira, Alvorada e Fundão.

Linhas tradicionais, funcionais, de grande demanda e percursos exclusivos como 465 Cascadura / Gávea, 676 Méier / Penha, 910 Bananal / Madureira e 952 Penha / Praça Seca foram extintas e substituídas por trajetos que correspondem a qualquer das metades dessas linhas.

ATITUDE DO SUBSECRETÁRIO ALEXANDRE SANSÃO CHEGA A SER COMPARADA, EM ARBITRARIEDADE, AO DEPUTADO CARIOCA EDUARDO CUNHA.

A atuação de Alexandre Sansão já está sendo comparada, em arbitrariedade, ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, uma vez que a substituição das linhas, a exemplo dos casos anteriores, será feita por linhas de BRT que só compensarão parcialmente os ônibus que serão tirados de circulação com as linhas desativadas ou mutiladas.

Eduardo Cunha é conhecido por adotar pautas anti-populares, como a terceirização do mercado de trabalho (que desqualifica a mão-de-obra e elimina garantias sociais), e pelo seu estilo prepotente de comandar parte do Poder Legislativo.

A comparação faz sentido porque Eduardo Cunha é do mesmo PMDB carioca ao qual pertence o governante a quem Sansão está subordinado, o prefeito carioca Eduardo Paes. O PMDB do Rio de Janeiro é hoje conhecido por decisões autoritárias que contrariam o interesse público e as leis.

Entre as linhas que serão extintas estarão a 121 Central / Copacabana e a 177 Praça Mauá / São Conrado, substituídas pelas troncais Centro-Zona Sul. Linhas circulares da Zona Sul serão extintas para dar lugar a troncais da Zona Sul para a Barra da Tijuca.

Já linhas tradicionais, como 455 Méier / Copacabana, 474 Jacaré / Jardim de Alah e 484 Olaria / Copacabana terão percurso reduzido para o Centro. A ligação direta Zona Norte-Zona Sul será extinta, ameaça que surgiu quando o projeto foi divulgado por tecnocratas do COPPE-UFRJ (Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

É aí o ponto mais grave da mudança de linhas, o que poderá gerar um sério apartheid social, já que, embora não haja proibição formal dos moradores dos subúrbios se deslocarem para a Zona Sul e vice-versa, o acesso a ela, sobretudo para suas praias, será seriamente dificultado.

Com as mudanças, os passageiros da Zona Norte serão obrigados a pegar ônibus para o Centro e, daí, pegar ônibus para a Zona Sul. Do contrário que Alexandre Sansão e similares afirmam, ela não é tão fácil e quase nunca é confortável, porque quase sempre quem viaja sentado no primeiro ônibus é obrigado a ficar em pé no segundo.

O tumulto das linhas da Central já é muito com a estrutura atual de linhas, Observa-se longas filas e a tentativa dos fiscais de evitar o tumulto no embarque das linhas, que saem quase sempre lotadas. Com a extinção dos trajetos diretos, as demandas que eram atendidas por linhas vindas da Zona Norte se somarão à demanda do terminal.

A sobrecarga de passageiros irá intimidar muita gente a enfrentar o desconforto das novas linhas. Risco de assédio sexual e furtos será muito grande. A confusão já é vista em BRTs do Fundão, Madureira e Alvorada, e o ar condicionado em ônibus de janelas fechadas só agrava o desconforto. Uma reportagem mostrou uma passageira chorando por se sentir sufocada em um BRT superlotado.

E aí, somando tudo isso com a extinção de linhas para a Zona Sul, a demanda será inevitavelmente caótica. Isso será muito grave, porque os ônibus sairão sempre lotados. Daí que diplomas e cargos técnicos não são suficientes para trazer uma abordagem consistente de mobilidade urbana. Sem a vivência da realidade do povo, compreender o sistema de ônibus se torna inútil.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

PINTURA PADRONIZADA E PERCURSOS MUTILADOS PODEM FAVORECER TRANSPORTE IRREGULAR NO RJ

VAN IRREGULAR É APREENDIDA POR FISCAIS, EM 2013.

A mania de "fiscalizar" da Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) da Prefeitura do Rio de Janeiro não a isenta de práticas autoritárias e decisões equivocadas que estimulam as irregularidades cometidas pelo sistema.

Medidas antipopulares e comprovadamente prejudiciais como a pintura padronizada nas empresas de ônibus e a mutilação de importantes percursos viários, como as linha 332 Castelo / Taquara (via Copacabana), 465 Cascadura / Gávea, 676 Méier / Penha e 952 Penha / Praça Seca podem estimular a prática de transporte irregular no Rio de Janeiro.

O jornal O Dia denunciou, há poucos dias, que percursos de linhas licitadas, como 778 Cascadura / Pavuna e 265 (a reportagem ainda credita como 261), que vai do Castelo para Marechal Hermes, estariam sendo feitos por kombis e vans irregulares, algumas financiadas pelo crime organizado.

A reportagem não informou se as linhas mutilidadas seriam compensadas por esses veículos, já que os passageiros agora só podem pegar linhas "alimentadoras" que cobrem parcialmente os antigos trajetos, por causa do Bilhete Único. Sabe-se, porém, que o serviço paralelo de vans, tempos atrás, cobria trajetos como os da 676 e 952.

Com a pintura padronizada, a irregularidade do transporte coletivo é evidente. Afinal, com diferentes empresas de ônibus ostentando a mesma pintura, ônibus antigos descartados podem circular com as mesmas cores, como já acontece em Brasília.

Se a confusão já acontece com o troca-troca de empresas nas linhas e também as mudanças de nomes, a coisa pode também estimular a ação dos piratas. Pintura padronizada não traz qualquer tipo de transparência para o sistema de ônibus, fato comprovado pelo dia a dia dos passageiros.

FISCALIZAÇÃO MAIS AUSTERA NÃO RESOLVE

Aumentar o rigor na fiscalização não resolve, porque aumentará a burocracia e o autoritarismo da respectiva Secretaria de Transporte, e também não trará grande benefício para o passageiro. Afinal, as irregularidades em questão são riscos estimulados pelo caráter autoritário e ineficiente das medidas impostas pelo poder público.

Isso porque muito desse controle é privativo das autoridades e dos empresários e não se pode exigir dos passageiros essa mesma especialização técnica. A proibição dada às empresas de ônibus de exibir suas próprias identidades visuais é crucial para ocorrer irregularidades diversas que os passageiros são sempre os últimos a saber.

Quanto aos percursos mutilados, o potencial risco das extintas linhas serem cobertas pelo transporte clandestino, uma vez reprimido, não resolverá o problema, já que as linhas "alimentadoras", pela sua natureza, promovem atrasos de horário diversos e, da transferência do primeiro para o segundo ônibus, o passageiro nem sempre tem o conforto de viajar sentado.

Portanto, essas irregularidades ocorrem em função desse modelo de transporte coletivo que existe. Aumentar o rigor da fiscalização, sobrecarregando a burocracia e o poder político, não trazem solução mesmo quando as irregularidades são eficientemente reprimidas.

O sistema de ônibus pode até se tornar menos irregular, mas ainda confuso, complicado e com muito pouca eficiência. Isso mostra o quanto um modelo autoritário e tecnocrático como o implantado no Rio de Janeiro em 2010 é decadente. Esse modelo é que é o problema, em si.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

SETRERJ RI DA CARA DOS NITEROIENSES COM "PORTAL DA TRANSPARÊNCIA"

PINTURA PADRONIZADA IMPEDE QUE TRANSPARÊNCIA SEJA EFETIVADA NO SISTEMA DE ÔNIBUS DE CIDADES COMO NITERÓI.

Não se sabe se é para rir ou para chorar. Segundo reportagem do jornal O Globo, o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Rio de Janeiro (SETRERJ) anunciou que vai criar um"portal da transparência" com informações sobre frotas de ônibus, itinerários, horários de viagens e outras informações operacionais.

A informação, aparentemente, atende a uma cobrança da fracassada CPI dos Ônibus de Niterói, e apresentará também informações como quais os ônibus que possuem ar condicionado, aviso sonoro e conexão em wi-fi (Internet sem fio). No entanto, dados como a auditoria externa dos contratos e divulgação de planilhas para cálculo das tarifas não foram anunciados.

A medida é apenas um dos inúmeros paliativos que o sistema de ônibus de Niterói, que em 2012 passou a adotar o mesmo modelo vigente no Rio de Janeiro, apenas com algumas adaptações de contexto, que tentam, em vão, compensar a pintura padronizada que, segundo as autoridades, "tira o vínculo das empresas às linhas operadas".

FALTA DE FUNCIONALIDADE

Sem o direito de cada empresa de ônibus apresentar sua própria identidade visual, todos esses paliativos ocorrem em vão, porque a verdadeira transparência, que é o passageiro identificar a empresa não apenas pelo logotipo colocado na janela ou no letreiro digital, mas a pintura própria da mesma, não acontece.

Daí que soam inúteis ou, quando muito, de eficácia bastante limitada, medidas como exibir logotipos em janelas (como no caso da Viação Pendotiba, Auto Lotação Ingá, Viação Araçatuba e Expresso Barreto) ou em letreiros digitais (como no caso da Expresso Miramar).

Há também o paliativo de permitir a variação de design nos folhetos de itinerários colocados nos ônibus, o que soa bastante irônico e jocoso para os passageiros, uma vez que as palavras, em muitos casos, são difíceis de ler.

Existe até uma piada que, se a pintura padronizada dos ônibus do Rio de Janeiro apresenta uma estética de "embalagem de remédio", a pintura padronizada dos ônibus de Niterói vem com a bula colada nos seus respectivos veículos.

Colocar informações na Internet sobre as frotas ou lançar aplicativos GPS, como ocorre em algumas cidades, sobre dados de cada empresa, soa inútil, porque com a pintura padronizada fica sempre complicado. Paliativos como esses nem de longe conseguem resolver, até porque eles também são um tanto complicados.

As autoridades que promovem a pintura padronizada tentam, com essas medidas junto ao empresariado, se passar por "modernas" e apelar para a tecnologia, nem sempre eficiente, para tentar, em vão, descomplicar a confusão dos ônibus padronizados.

A confusão continua no cotidiano. É só observar a fileira de ônibus que passa pela Av. Visconde do Rio Branco, próximo à Rua Marechal Deodoro e o acesso ao Terminal João Goulart. A pintura única de cada consórcio, desvinculando as empresas da identificação visual, mas vinculando a mesma à Prefeitura de Niterói, é de deixar qualquer um com dor-de-cabeça com tantos ônibus iguaizinhos.

Daí que esse "portal da transparência" soa como uma piada para a população, porque esse portal poderá trazer tudo, menos transparência.