terça-feira, 1 de dezembro de 2015

SECRETÁRIOS DE TRANSPORTES SÃO INVESTIGADOS POR LIGAÇÃO COM EMPREITEIROS


De acordo com o que mostra a série de reportagens "O Rio de Janeiro na Lama", produzida pela TV Record carioca e transmitida em rede nacional pelo Jornal da Record, o grupo político que está no poder no Rio de Janeiro está sendo investigado pela Justiça por causa de denúncias de enriquecimento ilícito e favorecimentos pessoais junto a empreiteiros.

Entre os investigados na corrupção, estão desde o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o governador do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e os secretários de Transportes do município do Rio, Rafael Picciani, e estadual, Carlos Roberto Osório.

A família Picciani, investigada por corrupção, inclui o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), Jorge Picciani, pai do secretário e também do deputado federal Leonardo Picciani, protegido do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, este conhecido por seu reacionarismo e pelo envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.

A série de reportagens da Rede Record apresenta a falência em que se encontra o Estado do Rio de Janeiro, unidade federativa que mais sofreu retrocessos de vários tipos nos últimos anos, através de um grupo político marcado pelo autoritarismo, pelo desrespeito às leis, pela demagogia e pela corrupção.

Carlos Roberto Osório, quando era titular da secretaria municipal carioca (SMTR), já era acusado de estar envolvido com os empresários de ônibus. Consta-se que a pintura padronizada foi adotada para favorecer a corrupção político-empresarial, e um dos efeitos é a ciranda de trocas e extinções de empresas que deixa os passageiros confusos e desnorteados.

Além disso, as alterações dos itinerários das linhas de ônibus, além de apresentarem o interesse, nunca admitido pelas autoridades, de "limpeza social" na Zona Sul - complementando os abusos de policiais contratados pelo Estado, despreparados e confundindo jovens trabalhadores e estudantes com bandidos e fuzilando-os a esmo - , também teria o dedo dos empreiteiros.

As mudanças nas linhas de ônibus seriam uma forma de criar um esquema de favorecimento de empresários de ônibus com a redução de ônibus em circulação, a demissão de cobradores (devido à dupla função imposta aos motoristas) e a armação do "bilhete único" cuja validade se esgota ainda antes que o primeiro ônibus encerre seu percurso, obrigando o passageiro a pagar pela baldeação.

Além dessas manobras, feitas para alimentar o enriquecimento ilícito dos empresários de ônibus, existe também a obrigação do uso dos BRTs, nos corredores expressos, que foram construídos com a participação de empreiteiros, os mesmos investigados pela Operação Lava-Jato.

Neste caso, as reportagens denunciam que moradores são expulsos de casas populares para a construção não só de praças olímpicas, mas também de corredores de BRT. Uma área de proteção ambiental já foi destruída para construir um trecho desses corredores.

Há dois anos, uma CPI dos Ônibus chegou a ser instalada, mas políticos ligados aos próprios investigados foram designados para conduzir o processo, o que terminou em impunidade. A corrupção política dos governantes do PMDB carioca é responsável, direta ou indireta, pela crise da violência e do colapso nas verbas públicas que atinge o Estado do Rio de Janeiro.

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