domingo, 14 de fevereiro de 2016

ENQUANTO PASSAGEM É CARA E BILHETE ÚNICO SE ESGOTA, SECRETÁRIO PICCIANI ACUMULA FORTUNA


O secretário que fala em "otimizar" o sistema de ônibus do município do Rio de Janeiro reduzindo itinerários de linhas e tirando ônibus de circulação - o que refletirá em mais gente fazendo baldeação e mais automóveis circulando nas ruas - é um dos jovens mais ricos do Estado do Rio de Janeiro, conforme apontam vários dados divulgados.

Uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo de 10 de janeiro de 2016 mostrou a fortuna dos Picciani, donos de grandes propriedades de terra no território fluminense, Em 2014, a família Picciani - o patriarca, Jorge Picciani, e seus filhos, o primogênito Leonardo, o do meio, Rafael e o até pouco tempo caçula, Felipe, administrador do clã - declararam uma fortuna de quase 27,5 milhões. Em 2011, os três ganharam outro irmão, Arthur.

A reportagem se concentrou nas fortunas de Jorge, Leonardo e Rafael. Presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Picciani, também presidente do PMDB carioca, apenas reduziu levemente a declaração de R$ 11,3 milhões em 2010 para R$ 10,4 milhões, mas mesmo assim sua fortuna cresceu muito desde quando declarava apenas ter R$ 763 mil em 2002.

Líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani, tinha uma declaração de renda inicial de R$ 979 mil em 2002, e sua fortuna cresceu para R$ 1,3 milhão em 2010 e, daí para 2014, para cerca de 5,5 vezes, resultando em R$ 7,2 milhões.

Rafael, por sua vez, declarou em 2010 uma fortuna de R$ 2 milhões (em 2009 correspondia a R$ 1,9 milhões). Em dois anos, a fortuna quadruplicou, virando quase R$ 8 milhões. Em 2014, ela aumentou para R$ 9,8 milhões, o que significa um valor aproximadamente cinco vezes em relação ao que ele tinha cinco anos antes.

EM DOIS ANOS, RAFAEL PICCIANI MULTIPLICOU EM QUATRO SUA FORTUNA.

Em gastos de campanha, os três também não economizaram muito. Em 2010, Picciani gastou um valor de R$ 8,6 milhões de campanha, mas como seu poder está consolidado e tem um forte lobby, não precisou mais do que R$ 1,8 milhão.

Já Leonardo Picciani, que chegou a perder o cargo de líder do PMDB na Câmara Federal, teve que aumentar a verba de campanha de R$ 1,9 milhão para quase o dobro, R$ 3,5 milhões. Rafael, que é deputado estadual licenciado, manteve a mesma verba de campanha, R$ 1,6 milhão.

Com uma fortuna dessas, é vergonhoso que passageiros de ônibus do Rio de Janeiro sejam obrigados a pagar pela baldeação, devido ao curto horário do Bilhete Único, perdendo também tempo de deslocamento de terminais e enfrentando desconforto de ficar em pé nos ônibus, sendo a tarifa de R$ 3,80 já muito cara para os bolsos dos cidadãos.

Em vinte dias, ir e vir de ônibus, só usando a tarifa de um ônibus, já corresponde a R$ 1.520, fora as passagens extras que tem que pegar com o esgotamento do Bilhete Único, que já não é o primor de eficácia. E isso com um salário mínimo de R$ 880. O que a fortuna de Rafael Picciani poderia servir de indenização para os cariocas lesados...

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