VAN IRREGULAR É APREENDIDA POR FISCAIS, EM 2013.
A mania de "fiscalizar" da Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) da Prefeitura do Rio de Janeiro não a isenta de práticas autoritárias e decisões equivocadas que estimulam as irregularidades cometidas pelo sistema.
Medidas antipopulares e comprovadamente prejudiciais como a pintura padronizada nas empresas de ônibus e a mutilação de importantes percursos viários, como as linha 332 Castelo / Taquara (via Copacabana), 465 Cascadura / Gávea, 676 Méier / Penha e 952 Penha / Praça Seca podem estimular a prática de transporte irregular no Rio de Janeiro.
O jornal O Dia denunciou, há poucos dias, que percursos de linhas licitadas, como 778 Cascadura / Pavuna e 265 (a reportagem ainda credita como 261), que vai do Castelo para Marechal Hermes, estariam sendo feitos por kombis e vans irregulares, algumas financiadas pelo crime organizado.
A reportagem não informou se as linhas mutilidadas seriam compensadas por esses veículos, já que os passageiros agora só podem pegar linhas "alimentadoras" que cobrem parcialmente os antigos trajetos, por causa do Bilhete Único. Sabe-se, porém, que o serviço paralelo de vans, tempos atrás, cobria trajetos como os da 676 e 952.
Com a pintura padronizada, a irregularidade do transporte coletivo é evidente. Afinal, com diferentes empresas de ônibus ostentando a mesma pintura, ônibus antigos descartados podem circular com as mesmas cores, como já acontece em Brasília.
Se a confusão já acontece com o troca-troca de empresas nas linhas e também as mudanças de nomes, a coisa pode também estimular a ação dos piratas. Pintura padronizada não traz qualquer tipo de transparência para o sistema de ônibus, fato comprovado pelo dia a dia dos passageiros.
FISCALIZAÇÃO MAIS AUSTERA NÃO RESOLVE
Aumentar o rigor na fiscalização não resolve, porque aumentará a burocracia e o autoritarismo da respectiva Secretaria de Transporte, e também não trará grande benefício para o passageiro. Afinal, as irregularidades em questão são riscos estimulados pelo caráter autoritário e ineficiente das medidas impostas pelo poder público.
Isso porque muito desse controle é privativo das autoridades e dos empresários e não se pode exigir dos passageiros essa mesma especialização técnica. A proibição dada às empresas de ônibus de exibir suas próprias identidades visuais é crucial para ocorrer irregularidades diversas que os passageiros são sempre os últimos a saber.
Quanto aos percursos mutilados, o potencial risco das extintas linhas serem cobertas pelo transporte clandestino, uma vez reprimido, não resolverá o problema, já que as linhas "alimentadoras", pela sua natureza, promovem atrasos de horário diversos e, da transferência do primeiro para o segundo ônibus, o passageiro nem sempre tem o conforto de viajar sentado.
Portanto, essas irregularidades ocorrem em função desse modelo de transporte coletivo que existe. Aumentar o rigor da fiscalização, sobrecarregando a burocracia e o poder político, não trazem solução mesmo quando as irregularidades são eficientemente reprimidas.
O sistema de ônibus pode até se tornar menos irregular, mas ainda confuso, complicado e com muito pouca eficiência. Isso mostra o quanto um modelo autoritário e tecnocrático como o implantado no Rio de Janeiro em 2010 é decadente. Esse modelo é que é o problema, em si.
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