segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

MÍDIA TEM QUE REPENSAR PROPAGANDA DE AUTOMÓVEIS PARA INFLUIR NA MELHORIA DO TRÂNSITO

ALERTA QUE DEVERIA HAVER EM TODO COMERCIAL DE AUTOMÓVEL.

Esse texto deveria ser lido por um maior número de pessoas. Afinal, ele se refere a um dos principais problemas no trânsito das grandes cidades, que é o uso desnecessário de automóveis. Eles ocorrem por influência da mídia, principalmente pela sobreposição de comerciais de automóveis na televisão - chegam a haver uma média de três por cada intervalo de programa - e pela imagem de status que é trabalhada em torno destes veículos.

Isso deveria acabar. Para haver melhor fluidez no trânsito, é necessário repensar a própria propaganda de automóveis, diminuindo as campanhas de veículos nos intervalos - o ideal é ter apenas um comercial de automóvel por cada intervalo - e evitar divulgar o automóvel como instrumento de ascensão social das pessoas.

Deveria, além disso, restringir as propagandas de automóveis principalmente nas manhãs e tardes, para evitar influenciar o público juvenil, mais vulnerável a campanhas publicitárias, tornando os comerciais mais raros no horário das 5h às 19h, com uma média de um comercial de automóvel (inclui o de peças relacionadas ou de combustíveis) para cada três intervalos de programa de TV.

Nas noites, deveria haver apenas um comercial por intervalo, e talvez mais um de produtos relacionados (bateria, combustível, pneus). Além disso, deveria proibir a associação do automóvel a ideia de ascensão social, ou mesmo de rapidez, porque, com tantos congestionamentos, isso é bem difícil.

Outras medidas para restrição de uso de automóveis pode ser a de pais de família que moram em áreas relativamente próximas às escolas irem a pé para levar e trazer seus filhos. Ou os condomínios também deveriam restringir a saída de automóveis no horário da manhã, criando um mecanismo eletrônico de bloqueio de portões.

Os moradores deveriam também combinar caronas para que, assim, grupos de cinco ou seis pessoas (no caso de haver criança) deixem de usar seus carros pessoais e tire, de cada grupo de cinco automóveis, quatro das ruas.

Na vida noturna, deveria haver também a combinação de que o caronista que leve alguém na volta, se preciso, prolongue seu percurso para deixá-lo em um lugar mais próximo possível de casa ou do transporte para casa. Se isso gasta mais combustível, o fato do caronista não usar o automóvel em outras ocasiões pode compensar.

No mercado de trabalho, deveria haver uma flexibilização do horário, fazendo com que se encerre a exclusividade do limite de 8h às 18h, podendo criar faixas de horário de 6h às 16h, 7 às 17h, 9 às 19h, ou mesmo de 5h às 15h e 10 às 20h, para distribuir melhor o trânsito de automóveis nas idas e voltas ao trabalho.

COMO NOS ANÚNCIOS DE CERVEJA E SUPERMERCADOS - Outra sugestão boa para desestimular o uso de automóveis é colocar um aviso, semelhante ao de comerciais de cerveja e supermercados, no final de cada campanha publicitária.

Desta forma, um comercial de automóvel - que deveria ser restringido, quando muito, a um único comercial por cada intervalo, evitando sobreposição de campanhas - poderia se encerrar com um aviso padrão: "Use automóvel somente quando necessário. Evite congestionamentos". Simples assim.

A Secretaria Municipal de Transportes do Rio de Janeiro (SMTR) anuncia que 700 ônibus sairão das ruas este ano. Isso é grave, e exige da sociedade pensar para evitar que essa retirada reflita no aumento de 50 mil automóveis que se dará com a medida. E que podem ser bem mais do que isso, graças a imagem publicitária do automóvel como "moeda" de ascensão social. Convém repensar toda a publicidade em torno dos carros, para não parar as cidades.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

ENQUANTO PASSAGEM É CARA E BILHETE ÚNICO SE ESGOTA, SECRETÁRIO PICCIANI ACUMULA FORTUNA


O secretário que fala em "otimizar" o sistema de ônibus do município do Rio de Janeiro reduzindo itinerários de linhas e tirando ônibus de circulação - o que refletirá em mais gente fazendo baldeação e mais automóveis circulando nas ruas - é um dos jovens mais ricos do Estado do Rio de Janeiro, conforme apontam vários dados divulgados.

Uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo de 10 de janeiro de 2016 mostrou a fortuna dos Picciani, donos de grandes propriedades de terra no território fluminense, Em 2014, a família Picciani - o patriarca, Jorge Picciani, e seus filhos, o primogênito Leonardo, o do meio, Rafael e o até pouco tempo caçula, Felipe, administrador do clã - declararam uma fortuna de quase 27,5 milhões. Em 2011, os três ganharam outro irmão, Arthur.

A reportagem se concentrou nas fortunas de Jorge, Leonardo e Rafael. Presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Picciani, também presidente do PMDB carioca, apenas reduziu levemente a declaração de R$ 11,3 milhões em 2010 para R$ 10,4 milhões, mas mesmo assim sua fortuna cresceu muito desde quando declarava apenas ter R$ 763 mil em 2002.

Líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani, tinha uma declaração de renda inicial de R$ 979 mil em 2002, e sua fortuna cresceu para R$ 1,3 milhão em 2010 e, daí para 2014, para cerca de 5,5 vezes, resultando em R$ 7,2 milhões.

Rafael, por sua vez, declarou em 2010 uma fortuna de R$ 2 milhões (em 2009 correspondia a R$ 1,9 milhões). Em dois anos, a fortuna quadruplicou, virando quase R$ 8 milhões. Em 2014, ela aumentou para R$ 9,8 milhões, o que significa um valor aproximadamente cinco vezes em relação ao que ele tinha cinco anos antes.

EM DOIS ANOS, RAFAEL PICCIANI MULTIPLICOU EM QUATRO SUA FORTUNA.

Em gastos de campanha, os três também não economizaram muito. Em 2010, Picciani gastou um valor de R$ 8,6 milhões de campanha, mas como seu poder está consolidado e tem um forte lobby, não precisou mais do que R$ 1,8 milhão.

Já Leonardo Picciani, que chegou a perder o cargo de líder do PMDB na Câmara Federal, teve que aumentar a verba de campanha de R$ 1,9 milhão para quase o dobro, R$ 3,5 milhões. Rafael, que é deputado estadual licenciado, manteve a mesma verba de campanha, R$ 1,6 milhão.

Com uma fortuna dessas, é vergonhoso que passageiros de ônibus do Rio de Janeiro sejam obrigados a pagar pela baldeação, devido ao curto horário do Bilhete Único, perdendo também tempo de deslocamento de terminais e enfrentando desconforto de ficar em pé nos ônibus, sendo a tarifa de R$ 3,80 já muito cara para os bolsos dos cidadãos.

Em vinte dias, ir e vir de ônibus, só usando a tarifa de um ônibus, já corresponde a R$ 1.520, fora as passagens extras que tem que pegar com o esgotamento do Bilhete Único, que já não é o primor de eficácia. E isso com um salário mínimo de R$ 880. O que a fortuna de Rafael Picciani poderia servir de indenização para os cariocas lesados...